A TRÍPLICE FRONTEIRA: APONTAMENTOS TEÓRICOS.
Caroline
Felizardo Carrazedo de Souza
Edilene
Précoma
Juliana
Palhão
Marcela
Bianca Malosso Graça
Priscila
Machado Cardoso
A tríplice fronteira Brasil,
Argentina e Paraguai tem como limites a junção dos rios Paraná e Iguaçu, como
mostra a figura 1. A uma margem do rio
Paraná esta a cidade paraguaia de Cidad del Este e á outra margem está a cidade
brasileira de Foz de Iguaçu unidas pela Ponte da Amizade. O limite entre Brasil e Argentina é o rio Iguaçu
onde as cidades de Foz do Iguaçu e Puerto Iguazú estão interligadas pela Ponte
Tancredo Neves.
Figura
1: Limites da Tríplice Fronteira
Uma tríplice fronteira não é apenas uma união
de limites territoriais e políticos entre três países, e sim um espaço dinâmico
de relações diversas. No caso da fronteira entre Brasil, Argentina e Paraguai,
estas relações se intensificaram devido à destacada atividade comercial do
lugar promovida sobre tudo pela migração árabe, e de outros imigrantes. Segundo
Rabossi “A presença árabe, tal qual como de outros imigrantes na fronteira
entre Brasil, Paraguai e Argentina, só é compreensível à luz da dinâmica
comercial da região”. (p.290).
Entretanto
as relações comerciais não acontecem apenas em âmbito legal e sim, também,
ilegal, como por exemplo, o comercio de drogas, armas ilegais que são
facilmente encontradas, e um grande problema social, que é a prostituição até
mesmo de menores. Como afirma Moraes e Lago (2008, p.01)
“Crianças e
jovens circulam pelas fronteiras brasileiras. Principalmente na tríplice
fronteira entre Brasil, Argentina e Paraguai. Parte desta circulação é marcada
pela exploração comercial de sexo, drogas ou mercadorias consideradas ilegais
em que estas crianças e jovens são submetidos como instrumentos na mão de
traficantes”.
Como
já mencionado as relações entre Brasil, Argentina e Paraguai não se resume apenas
a economia, mas sim também, a uma integração política e cultural. Tal
integração foi buscada por diversos tratados como: Conferencia do Panamá em
1823; Associação Latino-Americana de Livre Comércio; Associação
Latino-Americana de Integração e por fim o Tratado de Assunção criando o
MERCOSUL. O Mercado Comum do Sul (MERCOSUL) é um
amplo projeto de integração concebido por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai
e envolve dimensões econômicas, políticas e sociais.
Baseados nessas integrações e nos apontamento teóricos abaixo
serão encontrados considerações empíricas que revelam as relações que puderam
ser observadas na passagem pelos países da tríplice fronteira e portanto se
encontrou todas as relações em diversas dimensões.
Foz
do Iguaçu
Figura
2:
Localização de Foz do Iguaçu
Fonte:
www. brasilplanet.com.br
A primeira cidade onde
chegamos, foi Foz do Iguaçu, figura 02, que se situa no Oeste do Estado do
Paraná e que faz parte da Tríplice Fronteira, entre Brasil Paraguai e
Argentina, ou seja, as cidades Foz do Iguaçu, Cidad Del Este, Puerto do Iguazú.
A cidade conta com 250.918
habitantes (IBGE 2010), sua economia gira entorno do turismo, que consequentimente acaba alavancando o
comércio e a prestação serviços na região, sendo assim uma das principais
fontes de renda é o turismo e a geração de energia elétrica, isto porque nesta
cidade está localizado a Usina Nacional
de Itaipú e Parque Nacional do Iguaçu onde se localiza as Cataras do Iguaçu. Sendo
assim, Segundo Rabossi (2004) a construção da represa de Itaipú foi um dos
principais fatores que produziu um salto demógrafico e de infraestrutura
atraindo assim os comerciantes para essa região. Portanto das cidades que
compõe a Triplice Fronteira, Foz do Iguaçu se mostra a mais estruturada e
organizada em relação a Cidad del Este, e Puerto do Iguazú, pelo fato de
possuir duas empresas Binacionais que são a Usina de Itaipú e o Parque do
Iguaçu com as cataratas.
Portanto, a movimentação de
turistas em uma cidade no que se refere na parte econômica é fator que
contribui muito para o desenvolvimento da mesma , pois movimenta o comércio e a
prestação de serviço, gera postos de emprego, e acaba também exigindo dos órgãos públicos uma melhor
infraestrutura para comportar o fluxo destes
turistas.
Ao chegarmos a Foz do Iguaçu, nos dirigimos em direção a Ponte da Amizade
que faz fronteira entre Foz do Iguaçu (Brasil) e a Ciudad del Este (Paraguai) e
no caminho em direção a fronteira já podia-se se notar um intenso fluxo de
carros em direção a Ponte da Amizade, notava-se também um número maior de
comércios, e de uma grande poluição visual de placas e autdoors dos dois lados da estrada (Imagem 3). Nossa
chegada a fronteira foi próximo das 9: 45 hs da manhã da sexta-feira do dia 08/06/2012.
Imagem 3 :Outdoors logo próximo a Ponte da Amizade
Fonte:
clickfozdoiguacu.com.br
Para atravessarmos a fronteira a pé foi necessario passarmos pela uma
roleta na Receita Federal (Imagem 4) a movimentação era muito grande tanto de
pessoas a pé , quanto de carros, onibus,
vans, taxi e moto-taxi que iam e vinham dos dois lados da fronteira entre
Brasil e Paraguai.
Imagem 4: Foto da Receita Federal em foz do Iguaçu
Fonte: malapronta.com.br
Retornamos a Foz do Iguaçu as 12:30 hs para almoçar, e posteriormente fazer o check-in no Hotel e
nos instalarmos. O hotel ficava localizado na área central da cidade e pode ser
verificado uma boa infraestrutura que abrangia aquela localidade com ruas com
uma boa sinalização de transito e placas de indicação de ruas (imagem 5) bares
e restaurantes de variados tipos Portanto, na quadra onde ficamos estalados
(Imagem 5) os pontos da cidade por onde passamos apresentou-se uma boa
infraestrutura, com ruas asfaltadas, algumas lixeiras distribuídas pelo centro
da cidade e com presença de galerias pluviais pelo fato de haver varias bocas
de lobo. Foi verificado também no centro da cidade um pouco de cobertura
vegetal distribuídas em canteiros, rotatórias e presença arbórea nas calçadas.
O que pode se verificar na
imagem 6 grifado de vermelho e localização do hotel onde ficamos hospedados, na
Av. Jorge Shmmelpefeng, com uma boa localização próximo de bares e restaurantes
e supermercados como está destacado de
amarelo e branco na imagem o restaurante Mc Donald’s e Supermercado
Mufatto
Parque Nacional do Iguaçu
A visita ao Parque Nacional
do Iguaçu foi realizada no dia 08/06 na sexta-feira à tarde logo após o almoço.
O parque Nacional do Iguaçu
está localizado na cidade de Foz do Iguaçu no Estado do Paraná.
Imagem
7:
Entrada do Parque Nacional do Iguaçu
Fonte:
Cardoso, M.P
Segundo (Site Oficial
Cataratas do Iguaçu, 2012) Parque Nacional do Iguaçu é um patrimônio natural,
onde se encontra o maior remanescente de floresta Atlântica (estacional
semidecídual) da região sul do Brasil, onde estão localizadas as cataratas do
Iguaçu, porém esta biodiversidade não se detém somente ao Brasil ela abrange
também o País da Argentina, que são ligados pelo rio Iguaçu, sendo do lado
argentino o Parque Nacional do Iguazú. O lado brasileiro e argentino integra o
mais importante contínuo biológico do Centro-Sul da América do Sul, com mais de
600 mil hectares de áreas protegidas e outros 400 mil em florestas ainda
primitivas.
Ao visitar no Parque
Nacional do Iguaçu, pode ser verificado um enorme complexo natural da
biodiversidade da flora e da fauna brasileira, porém modificado pela presença
humana. O Parque possui toda uma infraestrutura de construções para comportar
seus visitantes que são de todas as localidades do mundo. O Parque é Dirigido
pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), órgão
federal responsável pela gestão das Unidades de Conservação do Brasil, o do Iguaçu, no entanto no que se refere ao
complexo turístico que o Parque Nacional do Iguaçu comporta o responsável é a
empresa nacional Cataratas do Iguaçu S.A. ficando está empresa responsável pela
a implantação, operação, administração, manutenção e aproveitamento econômico
das áreas concedidas pelo Ibama, de acordo com os contratos 01/98 e 02/98. A
área concessionada da empresa corresponde cerca de 3%.
Todo este complexo turístico
pode ser observado, já na chegada ao Parque, pois logo na entrada nos deparamos
com uma bonita fachada, e ao adentrarmos logo a recepção avistamos alguns
comércios que vendiam objetos referentes ao Parque como chaveiros, camisetas
entre outros. Dentro do Parque para o transporte dos turistas até o local onde
se localizava as cataratas eram utilizados modernos e confortáveis ônibus e no
trajeto havia boas vias de circulação muito bem asfaltadas e também havia uma
construção um hotel para turistas que quisessem se hospedar e usufruir dos
espaços construídos e do natural que aquele espaço oferecia, pois era possível
avistar e entrar em contato com alguns animais que ali se encontravam.
E ao chegarmos à localidade
onde se encontravam as Cataratas do Iguaçu, para aproximar-se até a mesma
descemos uma trilha onde podíamos ter contato com animais que ali se
encontravam como os Quatis (imagem 7) que não se intimidavam pela presença
humana que ali era intensa, e mostravam-se acostumados com aquela rotina.
Imagem 8: Quati em
contato com os turistas
Fonte: Cardoso, M.P
A cada parte da trilha havia
placas de indicação de direção e alguns mirantes para avistar as quedas d’água,
e chegando ao final do percurso onde se localizava as quedas maiores havia uma
passarela que se adentrava as quedas (imagem 9) e para voltar ao ponto de
partida tinha opção de um elevador de vidro onde se avistava toda a beleza
natural que ali se encontrava.
Imagem
9:
Cataratas do Iguaçu, quedas principais
Fonte: Cardoso, M.P
E para retornamos se utilizamos novamente dos
ônibus de transportes de turistas onde dentro do mesmo recebíamos informações
sobre o parque em três línguas português, inglês e espanhol. E já era fim de
tarde quando chegamos ao estacionamento para retornamos ao hotel.
Nesta visita ao Parque
Nacional do Iguaçu, pode se observar um grande complexo de infraestrutura
visando o conforto e a comodidade dos turistas que ali visitavam que se
misturavam junto a toda riqueza natural que o meio ambiente ali oferecia. “É
nesse sentido que um território condiciona a localização dos atores, pois as
ações que sobre ele se operam dependem de sua própria constituição.” (SANTOS;
SILVEIRA, 2011 p. 20).
A
Usina Binacional de Itaipu
A
visita ao Usina de Itaipu foi realizada no sábado de manhã do dia 09/06/2011
e esta localizada na cidade de Foz do
Iguaçu (Imagem 10 e 11), mais precisamente na fronteira com Paraguai, sendo
este o motivo da denominação Binacional.
Imagem 10: Localização da Usina.
Fonte: Google maps. Organizado por:
CARDOSO, Priscila Machado.
Imagem 11: Area
da Usina
Fonte: Google maps. Organizado por:
CARDOSO, Priscila Machado.
A usina surgiu através de muito
estudo in loco, ao longo do rio
Paraná, em busca do melhor Lugar par instalação da mesma, o local escolhido
foi, porém segundo o site oficial da ITAIPU Binacional um local estratégico,
onde o próprio recurso natural o rio Paraná fornecia uma força energética
devido a forte correnteza que por ali passava e que parecia medir forças com as
pedras que existiam no local, sendo iniciado os primeiros trabalhos para
construção em 1974, quando chegaram as primeiras maquinas para a obra. Em 1974
foram criadas também as estruturas física referentes a parte administrativa,
1975 e 1978 construíram habitações para abrigar os trabalhadores sendo portanto
formada a estrutura técnica para iniciarem a construção do que seria a uma das
maiores usina hidrelétrica do mundo.
Ao
chegarmos a Usina pode-se perceber uma boa infraestrutura para receber os
visitantes, com um amplo estacionamento
e com uma sala de recepção com maquetes relacionadas a construção da usina,
este a também oferecia um passeio de ônibus dentro de suas instalações porém este
passeio era pago.
A
priori fomos convidados a ouvir uma palestra sobre a Usina de Itaipu e logo
após está palestra fomos conhecer apenas aos arredores da Usina porém em nosso
ônibus e não o pago oferecido pela empresa que adentrava as instalações.
No entanto
pode-se observar sobre o entorno de onde localizava-se a barragem que apesar
das estruturas de concreto que tomaram conta do local para construção da mesma
havia porém uma cobertura vegetal que crescia em meio as rochas naturais que
ali existiam (imagem 12), as cobertura vegetal era pouco, rasteira mas
existiam, esta questão é de extrema importância, pois é a cobertura que mantem
o solo rico e leito do rio vivo sem que os mesmo sofram com intenso processo
erosivo e assoreamento.
Imagem 12 –
Barragem – Fonte: CARDOSO, Priscila
M.
ECOMUSEU
Dentro
dos limites da Usina de Itaipú, visitamos o Ecomuseu, no entanto, não houve
acompanhamento de guia, neste local havia vários ambientes mostrando as
atividades pré-históricas, e exemplos de espécies já extintas da fauna e da
flora que já fez parte da região de Foz do Iguaçu. E Havia também fotos e maquetes do processo
de construção da Usina (Imagem 14) e até uma réplica de uma turbina em
funcionamento.
Imagem 13 –
Entrada do ecomuseu.
Imagem
14:
Maquete mostrando a área da Usina de Itaipu
Fonte:
Cardoso, M. P
ARGENTINA
Nos
dias 07, 08, 09, 10 de junho de 2012, o curso de Geografia da Universidade
estadual de Londrina levou os alunos do 4 ano do mesmo curso para um trabalho
de campo no local denominado Triplice fronteira, um lugar comum que une em um
mesmo ponto três países Brasil, Paraguai e Argentina.
Ao
visitar, porém a Argentina o primeiro aspecto a se observar é no entanto a
fronteira pelo qual tem de se passar para entrar no país, apesar da integração
entre os países da América Latina, Gomes (2008) afirma que o acordo do Mercosul previa o enfrentamento
em conjunto de diversos problemas que venham a interferir na vida da população
de ambos países, porém o mesmo passou agora a tratar de assuntos mercantilista,
considerando porém esta afirmativa, vale lembrar que apesar dos tratados e
acordos firmados pelos países, ao contrário do que se viu no Paraguai a entrada
na argentina dependia de um cadastro mediante apresentação de um documento, o
cadastro era rápido, e dava o direito de permanência por 3 dias no pais, porém
ao sair era necessário dar Baixa no mesmo, se não a condição da pessoa seria
considerada ilegal e portanto um segundo acesso ao país não seria permitido.
Imagem 15 –
Fronteira Brasil/Argentina –
seção
de cadastro para permanência no País
Fonte: CARDOSO, Priscila M.
Ao
entrar no País, foi tomado um taxi para chegar a Avenida desejada, neste caso
pode-se observar o valor dos pesos que são os dinheiros Argentinos, foi pago 20
pesos, equivalente a 10 reais, dividido por 4 pessoas ou seja, o real se
valoriza em relação a moeda Argentina, pois se comparado com o dólar, o real se
mostra desvalorizado, evidenciando com esses fatores que o Brasil de observado
dentro parte sul da América é porém o pais mais desenvolvido, com políticas bem
estabelecidas.
Imagem 16 –
Pesos Argentinos – Valorização do Real.
A autora Gomes (2008, p. 19) coloca que:
“[...] a utilização do território pelo
povo cria o espaço (terrestre, marítimo e aéreo) e as relações entre o povo e
seu espaço e entre os diversos territórios nacionais se regulam em função da
soberania (direito do Estado sobre seu território) que se estende até às
fronteiras do Estado.”
Considerando as afirmações acima, sobre a
formação do território e do espaço por quem vive e habita nele, é confirmado
porém a afirmação no âmbito da Argentina, isto pois, se comparado com o Paraguai onde as forma de utilização do
espaço se dá pela forma como os próprios paraguaios se apropriaram dele, no
caso da argentina a ordem observada em diversos aspectos também é dada pelo
forma de apropriação do seu território, a forma como as leis regulam o modo
como se darão as relações para com outros países, com outras nações, pode-se
observar que a estrutura viária se dava de forma organizada, o fluxo de
automóveis eram bem menores apesar do comércio que ali existe, haviam leis e
sinalizações para que esta ordem fosse mantida e respeitada.
Imagem
17 –Rua da argentina
e fluxo de automóveis.
Imagem 18 –Rua da argentina e fluxo.
Fonte: CARDOSO, Priscila M.
Imagem 19
–Faixas de pedestres.
Fonte:
CARDOSO, Priscila M .
Imagem 20 –
Placa Indicando a faixa de pedestre
As
zonas de fronteira são locais para se analisar as diferentes formas de
organização das diversas comunidades que acabam por habitar esses locais, sendo
estes lugares zonas de encontros entre costumes, sociedades e culturas diferenciada
evidenciando mais uma vez que o espaço é porém criado segundo a forma como cada
um se apropria e se organiza no mesmo, é portanto dentro deste contexto que se
pode afirmar que o comércio local da argentina se manifestava diferente dos
locais visitados anteriormente, com Paraguai e Foz do Iguaçu, este comércio é
de cunho totalmente cultural e tradicional, evidenciando as produções locais
que ali existem, os produtos eram de origem caseira em sua maioria, como
azeitonas sendo acondicionadas em bacias caseiras mesmo, com um tempero
diferente do utilizado no Brasil, para compra o próprio freguês podia encher o
seu pote de azeitona, outra questão bem interessante eram os doces caseiros,
sendo o doce de leite o mais procurado, os vinhos e as roupas de couro que
encontrava em abundância ao se chegar na avenida Brasil com Vitoria Aguirre, o
inicio da avenida era todo de comércio de roupas de couro, e tinha um cheiro
forte deste couro, ou seja os produtos evidenciavam e caracterizavam a cultura
do país.
No Pais a poluição visual não era tão
evidente quanto no Paraguai ou na região de foz rente a fronteira, havia sim algumas placas de
propagandas das lojas, com os nomes e evidencia dos produtos, no entanto era
uma publicidade calma, algo que não agredia os olhos, era de uma forma
organizada.
Imagem
21
– Parte da cidade sem propagandas.
Fonte:
CARDOSO, Priscila M.
Imagem
22
– Comércio sem muitas propagandas
Fonte:
CARDOSO, Priscila M.
Locais com aspecto mais sujos e pobres não
eram tão vistos, pode apenas ser observado alguns moradores de ruas no caminho
feito para se chegar até a feira artesanal, havia portanto uma construção e uma
praça e os moradores de rua avistados foram vistos nestes locais, e haviam
também alguns índios nas beiras das calçadas e algumas crianças oferecendo
algumas coisas, a criança pelo qual fomos abordados oferecia um quartzo, ela
ressaltava que era um presente no entanto esperava algum dinheiro pelo
“presente”.
A cidade era limpa, com presença de lixeiras
e muito agradável em odor, pessoas e cidade em si calmos.
PARAGUAI
A Ciudad del Leste esta
localizada a extremo oeste do Paraguai (PY) e se localiza nas margens do Rio Paraná que faz divisa com
Foz do Iguaçu (BR), a ponte da amizade liga os dois países, e é nela que se
inicia a viagem até o Paraguai, percurso que milhares de pessoas fazem todos os
dias.
Ciudade del Leste é uma
cidade incorporada pelo capital transnacional,ali se encontram produtos de
varias partes do mundo e é dali mesmo que esses produtos são remanejados para varias localidades sul
americanas, a grande dinâmica da cidade é compreendida quando se visita e se
observa o grande fluxo de pessoas, de automóveis, de motocicletas
(principalmente moto-taxistas), de tendas, de vendedores ambulantes, de lojas,
de shoppings, de comerciantes em geral. Destaca-se que a cidade foi fundada em
1957 e é um dos motores da economia paraguaia, fundada quatrocentos e vinte
anos depois que sua capital Assunção, Ciudad del Leste é atualmente umas das
maiores impulsionadoras do PIB paraguaio.
Começamos
aqui uma descrição mais detalhada de sua infra-estrutura. A presença de lixo
nas ruas é grande, porém notamos que dentro dos shoppings a imagem é
modificada, em busca de outro público, as mercadorias também são importadas
porém o que se preza são as marcas famosas dos grandes circuitos comerciais
mundiais: Ralph Lauren, Tommy Hilfige, Hollister,
Channel entre tantas outras, é evidente que as dinâmicas comerciais são
diferenciadas,podemos observar com bastante clareza pois nosso grupo de
incumbiu de verificar e analisar a quadra de n 8 a qual pertence a loja
Monalisa, importante referência em produtos importados caros, ao adentrarmos na
loja a sensação é outra, é quase a de ter entrado em outro país, a loja de alto
padrão, vendedores arrumados, clientela diferenciada, infra-estrutura moderna,
ampla e muito requintada, tudo que se compra é cotado em dólar, se o cliente
preferir em reais tende a pedir para as vendedoras cotarem os preços em reais,
na ocasião o dólar estava cotado em R$ 2,20 nesta loja, diferentemente da rua onde a maioria dos
camelos exibem suas ofertas em reais,
geralmente em tendas em corredores ou no meio das ruas, sem estrutura e
condições mínimas de trabalho, dividindo pequenos espaço com muitos outros
trabalhadores e com o próprio lixo existente por todo lado.
Imagem 23:
Loja Monalisa
Fonte: Google
Imagens
Assim, temos que destacar que o comércio de rua e o popular são
afetados diretamente pela quantidade de lixo existente na rua, causando
endemias e muitos problemas ambientais e de saúde.
As ruas estão abarrotadas de pessoas e comércios, é difícil
caminhar pelas calçadas, assim a alternativa é se deslocar pelas ruas, porém o
grande fluxo de automóveis e motos causa grande perigo de atropelamento, as
ruas não comportam o grande fluxo que é agravado pela falta de fiscalização e
controle das regras de trânsito. Como na figura abaixo que está mostrando:
Imagem 24:
Ruas Ciudad Del Este
Fonte: Luciana
Vivente Gomes
As
áreas verdes existentes estão próximas as margens dos rios, no entanto
visitamos somente o centro de comércio fronteiriço, não tivemos oportunidade de
conhecer a cidade mais profundamente fora da área comercial então a descrição
se restringe somente a tal área, no entanto observamos a presença de algumas
poucas árvores e canteiros, o verde se confundia em meio a tantos prédios,
estabelecimentos comerciais, tendas, barracas e vendedores ambulantes.
O
odor desagradável pode ser sentido em vários momentos, as valas de esgoto, a
falta de lixeiras, o lixo pela rua, o grande fluxo desordenado, a poluição
sonora, atmosférica e visual torna o ambiente desagradável, não é atoa que o
turismo na cidade é comercial, pois mediante tal transtorno é complicado que os
turistas queiram se acomodar em tais condições.
A
sensação é que Ciudad del Leste não comporta o grande fluxo de turistas,
comerciantes, vendedores e estabelecimentos se tornando um grande emaranhado,
onde cada um busca seu espaço na obtenção de lucro, não existindo ali a
prioridade da qualidade de vida. Misturam-se ali sons, sabores, odores e
sentimentos de imigrantes advindos de diversos lugares do mundo a procura desse
centro comercial importantíssimo da América Latina.
ANEXOS
Avenida Victoria Aguirre com Avenida Brasil,
ponto de comércio mais intenso da cidade visitada na Argentina, toda a
descrição do trabalho se fundamenta neste ponto que foi porém o mais observado.
A cidade apresentava sistema de esgoto,
parecido com o brasil, cano de escoamento e boca de lobo, a água escoava pelo
meio fio da cidade.
Shopping Duty
Free shop Puerto Iguazú, localizado na fronteira entre Brasil e Argentina,
muitos produtos de marca e um tanto mais caros, com seu valor comercializados
em dólar, os produtos eram dos mais variados tipos, Perfumes, maquiagem,
eletrônicos, roupas de marcas, relógios, bolsas, bebidas e chocolates, porém
todos os produtos e como a própria
fachada evidencia, eram indicados para pessoas de classe mais alta, com maior
poder aquisitivo.
REFERÊNCIAS
GOMES, Cristiane. Legislação Ambiental do
Mercosul e a Gestão de Recursos Hídricos na Tríplice Fronteira. Curitiba,2008
MORAES. Keila; COELHO, Mara Souza de Lago. Experiência etnográfica de fronteira:
exploração sexual de crianças e jovens na tríplice fronteira - Argentina,
Brasil e Paraguai. Florianópolis, 2008.
SANTOS,Milton, MARÍA Laura Silveira. O Brasil: Território no inicio do
século XX. Rio de Janeiro: BestBolso, 2011.
RABOSSI, Fernando. Nas ruas da Cidad del
Este: Vidas e vendas num mercado de fronteira. Universidade Federal do Rio de
Janeiro 2004.


























