sexta-feira, 6 de julho de 2012


A TRÍPLICE FRONTEIRA: AS OBSERVAÇÕES DA TEORIA QUE SE MOSTRAM REAIS





Fabiana Bezerra Mangili
Larissa Yuka Tomida
Luciana Vicente Gomes
Paula Pereira Marquezin


      1.    INTRODUÇÃO



Através da análise de três territórios nacionais contíguos, com suas similaridades e diferenças, podemos perceber a forma como foram construídos estes territórios e as identidades de cada nação que se mesclam na Tríplice Fronteira.
    O trabalho de campo que deu origem a este trabalho se realizou de 7 a 10 de junho de 2012, sendo que os dias 7 e 10 foram reservados apenas para o deslocamento entre Londrina e Foz do Iguaçu. Com a saída de Londrina prevista para as 22:00h, mas sendo efetuada apenas após as 23:00h, a viagem teve como destino a Tríplice Fronteira entre o Brasil, Paraguai e Argentina. O trabalho de campo foi destinado a trabalhar a teoria de duas disciplinas: Geografia do Brasil e Recursos Naturais e Educação Ambiental.
    A parte da manhã do dia 8 de junho foi destinada à visita a Ciudad del Este no Paraguai, o centro comercial da região. Observamos a travessia da fronteira, o comércio, a infra estrutura e outros fatores que nos levariam a fazer a união da teoria vista em sala com o que observamos na prática.
  À tarde, foi reservada para a contemplação do Parque Nacional do Iguaçu e suas belezas naturais, mais voltada para a disciplina de Recursos Naturais e Educação Ambiental.
   O dia 9 de junho começou com um tour pela Usina Hidrelétrica Binacional Itaipú e ao Ecomuseu construído para fins de educação ambiental para os visitantes da região. A tarde foi reservada para conhecermos a cidade argentina de Puerto Iguazu, o procedimento de travessia de fronteira para a Argentina, o comércio e a infra estrutura da cidade para que pudéssemos exercer uma comparação das três cidades. O dia 10 de junho foi destinado apenas para a volta à cidade de Londrina.


       2.    CIUDAD DEL ESTE


No dia 08/06, logo pela manha foi realizada uma visita a Ciudad del Este, com o objetivo de analisarmos como ocorre o comercio na região e quais as implicações que este comércio tem em escala local e principalmente dentro da Tríplice Fronteira. A analise foi realizada apenas no percurso feito para cruzar a fronteira e no perímetro ao entorno da região de intenso comércio, sendo assim não se pode generalizar as condições encontradas lá como sendo a realidade da cidade toda.
       A Ciudad del Este é um local marcado por um monstruoso caos, onde desorganização é a palavra que define melhor essa região. No percurso entre o ônibus e a aduana, que tinha pouco mais de meio quilômetro, enquanto caminhávamos, várias vezes vans passavam pelo nosso grupo e abriam as portas no meio do transito que tinha um fluxo muito grande, para oferecer o transporte, os veículos estavam em péssimas condições. A parte visual da travessia também não era agradável, havia centenas de outdoors de propagandas espalhados ao longo do caminho como pode ser visto na figura 01, o mau cheiro também foi outro elemento presente ao longo de todo o caminho.
Figura 01: Ruas de Ciudad del Este.
 
 Fonte: Luciana Vicente Gomes, 2012 
               Assim que entramos em território paraguaio, o que era ruim fica ainda pior, o caos aumenta e a preocupação com o meio ambiente diminui. As ruas são disputadas entre pedestre e carros, isso se dá pelo fato que as calçadas que deveriam ser destinadas a circulação de pessoas, é tomadas por vendedores ambulantes, isto pode ser visto na figura 02. Ao longo do caminho inúmeras pessoas ficam oferecendo flayers de propaganda, e estes papéis em sua maioria acabam sendo jogados no chão, pois longo do caminho percorrido dentro da cidade, não foi notada a presença de lixeiras. 
Figura 02: Calçada tomada por vendedores ambulantes
 
Fonte: Luciana Vicente Gomes, 2012 
          Enquanto caminhávamos entre a confusão de carros e pedestre, menores de idade abordavam as pessoas tentando vender meias, bonés, pen drive, e caso a pessoas recusasse eles continuavam atrás da pessoa insistindo, ou perguntado o que ela estava procurando e eles a ajudariam a encontrar. 
          Em relação à infra-estrutura, a Ciudad del Este pode-se dizer que ainda há muito a melhorar, faltam lixeiras e como são muitos papéis distribuídos a estrangeiros que não tem respeito algum a esta cidade, todos os papéis acaba parando no chão. As ruas tem tamanho normal, contudo dão lugar a inúmeras lojas de camelôs, da mesma forma que as calçadas, deste modo o pedestre acaba se aventurando pelo meio das ruas onde disputam espaço com os carros, correndo assim grande risco de acidentes.
         Pode-se dizer que o comércio paraguaio é dividido em classes, os shoppings onde todos os produtos são caros, os vendedores são bem vestidos e os consumidores estão em buscas de produtos mais caros como, por exemplo, perfumes, eletrônicos, roupas de marcas, etc. E os camelôs, onde em sua maioria são pessoas simples e muitos menores de idade, os produtos já não tem uma garantia de qualidade, os produtos são principalmente roupas, bolsas, destinados a um consumido com poder aquisitivo menor. 
Quadra 4
A quadra é um reflexo de quase toda a cidade, uma quadra onde as calçadas foram substituídas por lojas de camelôs (figura 03), os principais produtos vendidos são bolsas, lenços, roupas como moletons, calçados, todos claramente falsificados. Não há presença de segurança particular e como os produtos vendidos são de pequeno porte, o roubo pode acontecer facilmente. Também não foi encontrado nenhum shopping de grande porte nessa quadra.
Figura 03: Quadra destinada a analise deste grupo
 
Fonte: Luciana Vicente Gomes, 2012 
            Como em quase toda a região visitada, nesta quadra também não foram vistas lixeiras, e havia muito lixo no chão. Na parte mais afastada da quadra foi encontrado um caso de esgoto a céu aberto, como sempre com lixo por perto, isso pode ser notado na figura 04.

Figura 04: Esgoto a céu aberto em Ciudad del Este.
Fonte: Luciana Vicente Gomes, 2012

Conclui-se assim que a área comercial da Ciudad del Este necessita receber importantes investimentos em infra-estrutura e segurança, para assim receber o número exorbitante de turista que passam pela cidade todos os anos.



         3.    CIDADE DE FOZ DO IGUAÇU


            A cidade de Foz do Iguaçu está localizada no extremo oeste do terceiro planalto paranaense em uma região fronteiriça com Paraguai e Argentina. Devido sua localização estratégica, a cidade foi fundada com finalidade militar e, desde sempre, alvo de políticas ligadas a relações econômicas com os demais países da tríplice fronteira, numa complexa dinâmica de polarizar uma ocupação contínua de fronteira internacional, desempenhando funções que ora se complementam, ora concorrem.
            A história da cidade de Foz está diretamente relacionada com a construção da Usina Itaipu Binacional. O empreendimento realizado por Brasil e Paraguai teve implicações tanto positivas quanto negativas na dinâmica interna da cidade.
      O processo de colonização foi amplamente intensificado com a construção de hidroelétrica, iniciada em 1973, pois significou a atração de grande quantidade de mão de obra, pessoas ligadas à construção civil e também a setores de comércio e prestação de serviços. Tal fato foi contatado quando o IBGE promoveu o censo de 1980 e registrou uma população de 136.320 pessoas, aumento da ordem de 400% neste período.
       Toda a infra-estrutura da cidade teve que se desenvolver para abrigar tamanho contingente populacional, mas inexistindo planejamento urbano correspondente após o término da construção esta população viu-se desempregada e como alternativa de sobrevivência houve intenso processo de favelização e ainda hoje o comércio informal predomina na cidade.
           O dito comércio informal, certamente, se deve à proximidade com Cidad del Este, no Paraguai. Meseiros e camelôs espalham-se pela a cidade oferecendo roupas, acessórios, pequenos eletrônicos e toda sorte de bugigangas com preço pouco elevado em relação à cidade paraguaia, tendo por clientela os turistas brasileiros e estrangeiros fixados nos diversos hotéis que Foz do Iguaçu oferece.
            Durante o trabalho de campo os alunos ficaram alojados em um hotel denominado Lanville. Tratava-se de um hotel com infra-estrutura confortável apto aos padrões de exigência internacionais, de modo, inclusive, que alguns estrangeiros foram avistados pelas dependências do hotel. No período da noite alguns meseiros se instalaram logo em frente à entrada, tal como na prática acima destacada.
            A atividade turística, hoje, é a principal atividade econômica da cidade e é motivada tanto pela Usina de Itaipu quanto pelas Cataratas do Iguaçu. O turismo, no entanto, se estende a outras modalidades, e Foz se vale do turismo de compra (legal e ilegal) em Cidad del Este para movimentar seus setores de hotelaria e de transporte.
            Com tamanha diversidade atrativa Foz do Iguaçu se configura, há anos, entre as cinco cidades mais visitadas do país. O desenvolvimento econômico proveniente da prática do turismo é desigual no que diz respeito à distribuição da renda. Tal como foi citado anteriormente, a prática do comércio informal é comum alternativa ao alto índice de desemprego da cidade. Este fator é intensificado pela ilegalidade existente nesta prática, seja ela relacionada à isenção fiscal dos produtos comercializados ou quanto a natureza dos produtos, os quais podem ser drogas e armas.
        Assim sendo, a criminalidade registrada em Foz do Iguaçu atinge proporções alarmantes. De acordo com o Mapa da Violência em Cidades Brasileiras, de Júlio J. Waiselfisz em parceria com o Governo Federal, no período entre 2000 e 2006 Foz do Iguaçu ocupa quinta posição entre os municípios com maiores taxas médias de homicídios na população total e primeira posição quando considerada apenas morte entre jovens. (Waiselfisz, 2008).
            Na ocasião do trabalho de campo muito pouco foi visto da cidade de Foz do Iguaçu, no entanto em breve passeio noturno pela cidade foi possível notar a presença constante de policiamento, existindo inclusive policiais pesadamente armados posicionados em algumas esquinas além da ronda.


      4.    CATARATAS DO IGUAÇU



            O trabalho de campo contemplou no dia 08/06 visita ao Parque Nacional do Iguaçu. O parque, onde se encontram as Cataratas, é uma reserva legal que abrange das maiores áreas de conservação da Mata Atlântica de Interior do país. Assim como todos os Parques Nacionais, o do Iguaçu preserva amostras deste ecossistema e é responsável por conservar os recursos naturais de interesse público. 
            A reserva é predominantemente recoberta por mata estacional semi-decidual. O termo estacional faz referência às estações do ano bem definidas, com verões chuvosos e invernos secos, enquanto que o termo semi-decidual, por sua vez, está relacionado ao fato de que algumas árvores perdem algumas de suas folhas no inverno como medida compensatória à falta da água. Na parte norte do Parque Nacional, onde existem regiões com altitudes superiores a 600 metros, encontram-se matas de pinheiros nativos (Araucaria angustifólia). 
            O Parque foi criado em 1939 na intenção de conciliar desenvolvimento, qualidade de vida das comunidades no entorno e manutenção do valor ambiental de suas paisagens. (PAULA, 2011). Somado ao vizinho parque argentino do Iguazú, compõem um complexo de 250 mil hectares de floresta protegida. 
            Devido sua biodiversidade e a magnitude de suas paisagens naturais, o parque foi considerado pela UNESCO como sendo Patrimônio Natural da Humanidade. As implicações deste título foram observadas no trabalho de campo, pois toda a estrutura do parque é destinada ao turismo internacional, o que nem sempre acontece em locais turísticos do Brasil (mesmo aqueles frequentados por este público, caso das praias nordestinas). Tanto as placas sinalizadoras quanto as informações verbais contavam com versões em língua portuguesa, inglesa e espanhola. 
            Não apenas a sinalização do parque segue um padrão de qualidade destinado ao turista estrangeiro, mas todo o parque, conforme pôde ser visto no passeio realizado pelo grupo no trabalho de campo. 
            O passeio realizado foi constituído de traslado de ônibus até o início da trilha, trilha realizada à pé, com parada em diversos mirantes e translado de volta à entrada do Parque. Existem, porém, outras modalidades de passeios que podem envolver rapel, canoagem ou passeio de barco sob as Cataratas. 
            A aparência que se tem in loco é a de que a preservação ambiental daquela região acontece de fato e que a atividade turística busca interferir minimamente na floresta. O translado de ônibus evita a formação de trilhas inadequadas pelos turistas e o trilha em direção às Cataratas é cimentada e sinalizada neste mesmo propósito. 
            À respeito dos ônibus o site do Parque do Iguaçu acrescenta se tratar de ônibus menos poluentes, por alguma característica tecnológica não fornecida. Acrescentou ainda que a velocidade controlada do veículo minimiza a possibilidade de atropelamento de animais silvestres e reduz os ruídos prejudiciais à fauna. No decorrer do passeio foram avistados diversos animais de pequeno porte acostumados a socializarem com os turistas, e são indícios de que exista fauna preservada no interior da floresta (figura 05)

Figura 05: Quati próximo aos turistas
Fonte: Diego L. Rocha, 2012

Figura 06: Paisagem das Cataratas.
Fonte: Marcela B. M. Graça, 2012

O site das Cataratas S. A traz algumas outras medidas adotadas a fim de reduzir os impactos da atividade turística: 
- Implantação de uma estação de tratamento de esgoto, com capacidade para tratar 350 mil metros cúbicos por dia. 
- Uso de torneiras com fechamento automático, para reduzir o consumo de água 
Recolhimento e separação de materiais recicláveis. 
- Utilização de produtos biodegradáveis e reciclados 
- Coleta diária de dejetos orgânicos  
- Encaminhamento de óleo e de lixo hospitalar a empresas especializadas. 
- Conscientização ambiental por meio do repasse de informações de preservação aos funcionários, que acabam as retransmitindo aos turistas.


     5.    USINA ITAIPÚ


A usina hidrelétrica de Itaipú foi construída com os esforços conjuntos do Brasil e do Paraguai no rio Paraná, fronteira entre os dois países. É a hidrelétrica que mais gera energia no mundo, com o recorde em 2008 de mais de 94500 megawatts-hora, sendo que é capaz de abastecer quase 17% da energia consumida no Brasil e 73% da energia consumida no Paraguai.
      Na construção da usina foram utilizados 12,3 milhões de metros cúbicos de concreto e ferro suficiente para construir 380 Torres Eiffel, tornando a usina uma das sete maravilhas da engenharia do mundo moderno como pode ser visto na figura 07. Possui também um vertedouro que tem a função de lançar ao rio a água que não será utilizada para a produção de energia, pois há água em demasia no reservatório. Como o vertedouro é aberto apenas nos meses de chuva, nem todos os visitantes podem vê-lo em funcionamento, mas há garantia de uma belíssima visão para os que podem vê-lo aberto. No dia em questão o vertedouro estava aberto.
Figura 07: Barragem da usina
 
Fonte: Luciana Vicente Gomes, 2012 
          Como os esforços da construção foram conjuntos, o Brasil e o Paraguai tem direitos iguais sobre tudo o que se refere à usina: tanto empregos, energia e turbinas são divididas igualmente entre os dois países.
          O reservatório de Itaipu é o sétimo maior do Brasil com 1.350 km² de área inundada, mas é o lago que tem maior potencial para produção de energia em todo o país. Como há uma barragem bem em meio ao rio, foi construído um canal que liga o reservatório com o rio, para que haja a migração dos peixes: o canal da Piracema, que pode ser visto na figura 08.

Figura 08: Canal da Piracema
Fonte: Luciana Vicente Gomes, 2012

Como há grande dano ambiental na construção de uma usina hidrelétrica, como a área que deve ser desapropriada para a construção do reservatório, a administração da empresa construiu refúgios biológicos para os animais que perderam seus habitats, cuida da qualidade das águas da região, faz reposição florestal e promove educação ambiental.

Figura 09: Cervo do pantanal no Refúgio Biológico Bela Vista
Fonte: Luciana Vicente Gomes, 2012


6.    PUERTO IGUAZU


Figura 10: Entrando em território argentino
Fonte: Leonardo Ferreira, 2012

Durante a visita a Puerto Iguazu, cujo percurso percorrido foi da região da Aduana Argentina, figura 01, até o centro da cidade, pode-se observar a adaptabilidade dos moradores locais com a presença de turistas, pois há a presença de cassinos, hotéis e restaurantes.
        A atividade turística no município se dá, devido a existência das Cataratas do Iguaçu, que divide naturalmente, o Brasil e a Argentina. A moeda local é o peso argentino, que corresponde a quase 50% do Real, um dos motivos pelo qual a cidade é tão frequentada por brasileiros. Devido a esse grande fluxo de turistas, os moradores locais e os trabalhadores das lojas, usam o chamado “portuñol”, mistura de português com o espanhol, para conversar com os brasileiros.

Figura 11: Aduana argentina.
Fonte: Leonardo Ferreira, 2012.

A cidade possui variadas lojas de venda de artesanatos manuais e de alimentação. Durante a visita a cidade, que se deu de forma de caminhada, pode-se perceber que não há grandes diferenças, no que se refere ao modo de organização urbana, se comparando ao Brasil.
        Notamos a calçada e as ruas por onde passamos bem limpas, figura 12, com grande poluição visual, devido à presença de vários outdoors, porém não tanto como quando se compara a Ciudad Del Este. 

Figura 12: Ruas do centro de Puerto Iguazu.
Fonte: Leonardo Ferreira, 2012.

Na região da cidade, não havia separação de lixos, mas havia a presença de várias latas de lixo, bem distribuídas. Por ser domingo a tarde, também não havia uma grande movimentação de automóveis. A cidade é bem arborizada, figuras 13 e 14, caracterizando um clima local bem fresco.
Figura 13: Ruas do centro de Puerto Iguazu.
Fonte: Leonardo Ferreira, 2012.

Figura 14: Ruas do centro de Puerto Iguazu.
Fonte: Alessandro Vioto, 2012.

Após a visita a região da cidade de Puerto Iguazu, a turma encontrou-se, para a volta ao hotel, na loja de departamentos Dutty Free (figura 15), onde também há a venda de produtos importados por preços mais baixos, assim como em Ciudad del Este, apesar de apresentar um leve aumento de preços, se comprando as lojas mais baratas da cidade paraguaia. 
Figura 15: Dutty Free.
 
Fonte: Luciana Vicente Gomes, 2012
 Na loja de departamentos Dutty Free, os preços dos produtos se apresentavam em dólar, apesar de no caixa aceitarem pagamento tanto em dólar, como peso argentino e real brasileiro.
         O espaço da Dutty Free acabou se tornando um lugar para nós, pois devido ao atraso de alguns alunos, o horário de partida se estendeu por 1 hora a mais, onde pudemos acompanhar o amistoso entre Brasil e Argentina, em solo argentino, sendo de uma experiência um tanto quanto prazerosa no começo, e decepcionante ao final. Interessante ressaltar, que por meio do jogo, que estava sendo televisionado dentro do shopping, que a maioria dos visitantes de lá, eram brasileiros.
         Devido ao horário apertado da agendo do campo, só foi possível conhecermos a região central de Puerto Iguazu, onde não pudemos presenciar nenhum grande problema, ao que se refere às questões ambientais, porém pela caracterização de cidade turística, devido também a presença das Cataratas do Iguaçu (do lado argentino), a cidade tende a se adaptar cada vez mais ao grande fluxo de turistas, com isso gerando problemas de infra-estrutura e de degradação ambiental, que deve ser sempre amparados pelas legislações para continuar a exercer o seu papel de caráter turístico.

      7.    CONSIDERAÇÕES FINAIS


          Ao andar pelas ruas das cidades da Tríplice Fronteira, podemos perceber as diferenças que separam as três nações; apesar de que as barreiras são apenas simbólicas, pois há circulação intensa e continua de pessoas entre as fronteiras, e a língua não se tornou uma barreira para a integração deste território único.
            Os objetivos de analisar esta realidade foram concluídos com êxito, pois ao vivenciar a realidade do local e compará-las, vimos que a integração das pessoas de diferentes países, dando ao local uma característica única de diversidade e incorporação de costumes, línguas e raças.
            As cidades integradas de Foz do Iguaçu, Ciudad del Este e Puerto Iguazu formam uma conurbação, com migrações pendulares fazendo parte do cotidiano das pessoas que moram nas três cidades.
            O turismo se apresenta como a característica unificadora da região, e o setor terciário é a força que move a economia. E esta economia não se desenvolveu da mesma maneira nas três cidades, pois percebemos em Ciudad del Este a aparência da pobreza, que se mostrou descaradamente no rosto das crianças que trabalhavam. Há pobreza em todas as cidades, mas em geral ficam restritas às periferias, mas em Ciudad del Este vimos que o centro comercial se tornou fonte de renda e também de marginalização.
            O espaço foi totalmente remodelado pela ação humana pra atender a seus interesses e necessidades, e a identidade de cada nação acaba por se confundir nesta área. Há dinamismo e fluidez neste espaço e as configurações se alteram pelas estratégias comerciais e pela lógica capitalista.



8. REFERÊNCIAS



CATARATAS DO IGUAÇU S. A. Meio Ambiente: A Cataratas do Iguaçu S.A. desenvolve ações que beneficiam a natureza que a cerca. Disponível em: <http://cataratasdoiguacu.com.br/portal/paginas/25-meio-ambiente.aspx>. Acesso em: 01 jul. 2012.

 

 GOMES, C. Legislação ambiental do MERCOSUL e a gestão de recursos hídricos na tríplice fronteira. 2008. 181 f. Dissertação (mestrado em Geografia) – Universidade Federal do Paraná, Curitiba.

ITAIPÚ. Itaipú Binacional. 2012. Disponível em: < http://www.itaipu.gov.br/>. Acesso em: 05 de jul. 2012

PAULA, M. Parque Nacional do Iguaçu: Patrimônio Natural da Humanidade. Disponível em: <http://ambientes.ambientebrasil.com.br/unidades_de_conservacao/artigos_ucs/parque_nacional_do_iguacu_%E2%80%93_patrimonio_natural_da_humanidade.html>. Acesso em: 01 jul. 2012.

RABOSSI, F. Nas ruas de Ciudad del Este: Vidas e vendas num mercado de fronteira. 2004. 318f. Tese (Doutorado em Antropologia Social). Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro.

ROSEIRA, A. M. Foz do Iguaçu: Cidade Rede Sul-Americana. 2006. 170p. Dissertação (Mestrado em Geografia). Universidade de São Paulo, São Paulo.

WAISELFISZ, J. J. Mapa da Violência em Cidades Brasileiras, 2008. Disponível em: <http://cms.sangari.com/midias/2/42.pdf>. Acesso em: 05 jul. 2012.



Um comentário:

  1. Grupo 1. Relatório postado inicialmente na parte da manhã, quando eu o li pela primeira vez.

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